O trabalho dos Guias, Mentores e Protetores de Umbanda

Longe de conseguir descrever todo o trabalho dos Guias de Umbanda, vamos apenas situar o trabalho destes espíritos ao qual temos noção, o que nos foi passado pelos mesmos.

Em dias de trabalho, ou sessão pública em um terreiro, os Guias, Mentores e Protetores da Umbanda, chegam muito antes do trabalho no mundo físico propriamente dito. Contam-nos os Exus e Pombagiras, que seu trabalho por vezes acontece até 72 horas antes do início da sessão, onde vão em caravanas até as casas das pessoas que, sabendo já estes espíritos de antemão que se farão presentes na noite marcada, fazem uma espécie de sondagem e um trabalho com os possíveis espíritos que acompanham estas pessoas, que as vezes são espíritos de familiares desencarnados, seus próprios Guias ou até obsessores que acompanham estes indivíduos.

A guarda do terreiro também, é montada muitas horas antes por Exus e Pombagiras, que fazem vigia nas encruzilhadas, no derredor do templo, no portão e porta de acesso ao mesmo. Toda esta guarda é necessária, pois as forças contrárias ao trabalho também se mobilizam, podendo sabotar médiuns, e se a casa em si não tem boas firmezas astrais, pode ser comprometido até o andamento da sessão, com a manifestação de espíritos zombeteiros e marginais.

Dentro do templo, Caboclos(as), Pretos(as) velhos(as), Erês, e outros espíritos baixam nos seus médiuns para realizar consultas, passes e trabalhos na hora marcada para tal, e nos contam estes Guias, que eles sempre trabalham com a segurança de um Exu ou Pombagira por perto. Bom que se diga também, que tudo isso se realiza sob o amparo e os olhos atentos dos Orixás, que atuam de maneira a banhar a todos, encarnados e desencarnados com suas vibrações de amor, carinho e benesses para a vida de todos.

Um comentário valido diz respeito as pessoas que buscam templos de Umbanda em busca de adivinhações, sortilégios, e encaram os espíritos que ali baixam como se fossem seus serviçais, a disposição para acertos de contas com seus desafetos, ou um famoso balcão de troca, barganhando com os Guias de Umbanda. Os seres humanos encarnados, que em sua maioria são corruptíveis, se vendendo para “quem der mais”, creem que os Guias são como eles, dispostos a se venderem por uma garrafa de cachaça, ou um charuto meia boca, que compram nas casas do ramo. Não, os espíritos que baixam e trabalham na Umbanda não tem estas características, nem tampouco se vendem, por mais que queiram assim fazer. Já presenciamos Exus de Umbanda que se irritaram com pessoas que assim o tentaram fazer, e até fizeram com que estas pessoas saíssem de sua frente tão constrangidos que, com certeza, repensarão suas atitudes.

Os espíritos que assim procedem em outras modalidades de religião afro-brasileiras são os mesmos combatidos pelos Exus e Pombagiras da Umbanda. São conhecidos por quiumbas, ou rabos de encruza. Em verdade são espíritos sem compromisso nenhum com a verdadeira instituição Exu de Umbanda, e muitas vezes se intitulam de Exus, usando estes nomes para assim terem mais credibilidade frente aos incautos e ingênuos. Estes quiumbas são espíritos que vagam pela crosta, e muitos deles são aferrados no mal, praticando toda sorte de maldades a quem lhes dê o que pedem.

Todos os Guias de Umbanda são espíritos que, muitas vezes podem não ser muito evoluídos, como aqueles que se encontram no grau de protetores, apesar de já estarem muito a frente de nós encarnados, mas todos eles se pautam na Lei de Umbanda, e esta lei tem suas diretrizes pautadas no respeito a todas as formas de vida, na lei de evolução, lei de causa e efeito, reencarnação e lei do carma, mas sem dogmas de forma alguma. E tendo leis que a regem, e sendo religião, então só pode praticar única e exclusivamente o bem. O mal habita nos seres humanos.

Quanto aos espíritos que baixam nos terreiros de Umbanda, sabemos que existem três categorias de acordo com sua evolução:

Guias: Este grau, como o próprio nome sugere, diz respeito a espíritos superiores, que tem a função de “guiar” os trabalhos do terreiro, e seus médiuns protegidos. São de um grau elevado, e raramente baixam nos trabalhos, somente o fazendo em ocasiões de necessidade para ordenança dos trabalhos e decisões que dependem da intervenção do plano espiritual dentro dos terreiros.

Mentores: Também tem grau elevado, um pouco abaixo dos Guias. Trabalham mais diretamente nas sessões, e normalmente assumem a chefia dos templos, apesar de em verdade, as decisões finais pertencerem aos Guias, mesmo que isso não venha à tona.

Protetores: Espíritos por vezes não muito elevados, mas já com um certo grau de ascensão, e em constante evolução. Tem a função de serem protetores dos seus médiuns, e mesmo aqueles que não são médiuns atuantes de Umbanda, também tem seus espíritos protetores. Também baixam as vezes nas sessões para dar consultas e realizar trabalhos de auxílio aos seus protegidos ou consulentes.

Podemos dizer também, sem medo de cometer uma ingerência, de que todos agrupamentos de espíritos da Umbanda, sejam de Caboclos, Pretos Velhos ou Exus e Pombagiras tem estas três categorias de espíritos presentes em suas falanges. Há Exus por exemplo, chefes de falanges, que não baixam em terreiros, e tem uma elevação ao grau de Guias. Se permanecem habitando e trabalhando nos planos inferiores do astral, assim o fazem por se sentirem mais úteis a causa em suas funções, e não por serem espíritos de baixa elevação. Também é importante frisar, que cada médium e trabalhador da Umbanda encarnado, tem espíritos que o acompanham de acordo com seu trabalho pela causa. Não é o fato de ser médium atuante, de incorporar e dar passes e consultas que torna o trabalho grandioso, mas além disso, o que se faz em prol da causa da Umbanda, a dedicação e o desinteresse próprio em prol de um objetivo maior, em favor da comunidade Umbandista.A Umbanda pertence a humanidade, não a um terreiro ou uma pessoa em especial.

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